segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Duas ou três coisas para dividir

http://www.berlendis.com/3cavalos.htm
O melhor livro que eu li esse ano, depois da releitura de "A Mão Esquerda".


http://www.kcsm.org/kcsm.wmx
Uma das melhores rádios Jazz da internet. É só clicar e curtir uma excelente seleção o dia inteiro. Link para Wndows Media Player.

http://ofuxico.uol.com.br/Materias/Noticias/2006/12/36525.htm
Dá uma espiadinha lá no fim... Bom não, ótimo! Excelente!!!
Se vc encontrar outro link, manda pra mim! ;)


Boa semana!

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

AS COISAS IMPORTANTES


Jall Sinth Hussein


As coisas importantes só olhas uma vez
mas sua imagem se repete muitas vezes dentro de ti
como um eco.

As coisas importantes que estão dentro de ti
e se repetem constantemente
já não estão presas ao que olhaste atento
mas no silêncio que tens dentro
se libertaram e tornaram incertas.

As coisas importantes no teu dentro
só já a ti pertencem
e nada do que está fora de ti as lembra agora.

As coisas importantes metes numa caixa
que com paciência vais abrindo aos poucos
para esqueceres as muralhas de outro tempo.

terça-feira, 31 de outubro de 2006

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Cinismo e civismo


Por ocasião das eleições de domingo.

Clica pra aumentar e ler.


segunda-feira, 25 de setembro de 2006

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Bolô-Fedex - CARTA DE ALDIR BLANC PARA ACM

Amigos:
Estou enviando minha crônica em resposta ao senador ACM que me chamou de"canalha".
Não foi possível publicá-la, mas faço questão que ela seja lida pelo maior
número possível de pessoas.
Por favor, colaborem.
Abraços
Aldir Blanc



Leva, meu samba, meu mensageiro, esse recado...


O Sena-Sênior ACM, vulgo Malvadeza, me acusou de ser “um elemento lulista infiltrado” no JB. E concluiu seu arrazoado (?) me chamando de canalha.


Senadô-Skindô, por mais que eu viva nenhum elogio me trará orgulho maior do que ser chamado de canalha por V. Excrescência. Quem lê minha coluna sabe que o pau canta à direita, à esquerda e, claro, no centro, com igual prodigalidade. Espero que a grande famiglia pefelista já tenha providenciado junta médica competente para lubrificar os parafusos do Cacicão. A julgar pelas suas mais recentes declarações, as encrencagens, desculpem, engrenagens, estão precisando de uma lubrificada urgente: ginkgo biloba, piracetan, talvez um viagrinha... O senador, craque em prestidigitação, mais uma vez misturou as bolas: combatividade é muito diferente de baba paranóica escorrendo gravata parlamentável abaixo.


A ojeriza é mútua. Estou farto de maquiavelhos de fraldão deitando regras. Toda essa mixórdia envolvendo valeriodutos, mensaleiros, sanguessugas e saúvas, começa com políticos da sua estirpe. O mecanismo é manjado. Se as denúncias favorecerem meu partido, palmas, vamos apurar. Agora, se a canoa virar, o denunciante passa a bandido e fim de papo, vai ser preciso buscar a propina em outro guichê. A máscara-de-pau que descrevo acima é suprapartidária. Os que não a exibem são as exceções que confirmam as regras vigentes. Quando as regras rompem os diques e escorrem periferia abaixo, não há Lembo Pétala-Macia que evite derramamento de sangue - na maioria dos casos, inocente. Mas o meu negócio não é discurso, é galhofa. Já que falei em bolas misturadas... Dizem que um velho político pefelista, preocupado com as más performances nos palanques, procurou um médico, antigo cupincha de castelo e carteado.


- Tô com um problema, num sabe? Bem na... plataforma de lançamento.


- Hein?


- Pois é. Gases. Uma coisa impressionante. Além das explosões e dos odores, tem hora que chego a levitar. Uma assessora já foi arremessada contra meu contador de caixa 2. Estão hospitalizados. Isso não pode continuar.


O amigo explicou que aquela não era a especialidade dele, mas que pensaria no assunto, conversaria com colegas renomados, faria até pesquisa na internet.


No comício seguinte, o esculápio apareceu com um vidro misterioso, sem rótulo, e entregou ao político:


- É pra...


Mas o tumulto, o puxa-saquismo, os vivas, a euforia bem remunerada impediram a necessária e urgente troca de informações. Cerca de meia hora depois, o SSJE (Secretário para Superfaturamento Junto a Empreiteiras) agarrou o ilustre médico pelo paletó.


- Corre que o Chefe tá pegando fogo nas... nas partes baixas.


- O quê?!?


O socorrista encontrou o parlamentável feito um bebê, sem calças, com uma brutal reação alérgica na proa da região pélvica.


- Mas... Eu mandei você beber a poção e você esfregou nos...


- No calor da luta política, eu confundi peido público com pêlo púbico.

Aldir Blanc

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

9 de agosto pra nunca mais ou para sempre

O que eu tenho a dizer pro meu irmão amado que há 365 dias foi morar lá longe não é de palavra.
É de sentir e está aqui:

http://branca.multiply.com/music/item/18

Ai, céus...

terça-feira, 11 de julho de 2006

Duzentos gramas (Falso testemunho)


Trilha: Cabide


Diz, olhando no meu olho, que nunca mais pensou,

Que nunca se perguntou como seria,

Que nunca quis saber o que havia entre eu e outro cara.


Diz, sem baixar a cabeça, que nunca mais lembrou

do beijo, que nunca se perguntou se poderia,

que nunca se flagrou delirando uma cilada ou desculpa esfarrapada.


Diz, olhando bem no fundo dos meus olhos,

Que nunca se moveu por tanto amor,

Que nunca se arrependeu do que abandonou...


Diz, com a cara lavada que eu nunca fui nada

Nem disso nem parecido, diz de uma só tacada

Que nunca quis saber se eu ainda tremeria

Ou choraria ou me desmancharia como antes!


Diz que me esqueceu completamente

E que só eu, que sou doente,

Fico rendendo esse discurso deprimente.


Diz que nunca lembrou de toda a minha entrega ao me comparar com ela

ou outra frívola qualquer.

Diz e jura que isso é tudo mentira, delírio de mulher maluca,

Que já não sobrou nada, nem fuga de pensamento.


Mas faça tal juramento sobre a tua própria carne: diz e jura.

E eu hei de cortar fora o pedaço que me cabe pelo falso testemunho.

Um merecido tormento para o maior mentiroso do mundo

E que eu faço questão de apagar, (mal)feito rascunho.

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Lindeza


Lindeza (clica!)
Caetano Veloso


Coisa linda
É mais que uma idéia louca
Ver-te ao alcance da boca
Eu nem posso acreditar

Coisa linda
Minha humanidade cresce
Quando o mundo te oferece
E enfim te dás, tens lugar

Promessa de felicidade
Festa da vontade, nítido farol
Sinal novo sob o sol
Vida mais real

Coisa linda
Lua, lua, lua, lua
Sol, palavra, dança nua
Pluma, tela, pétala

Coisa linda
Desejar-te desde sempre
Ter-te agora e o dia é sempre
Uma alegria pra sempre




sexta-feira, 9 de junho de 2006

Grande Desejo

Adélia Prado
Não sou matrona, mãe dos Gracos, Cornélia,
sou é mulher do povo, mãe de filhos, Adélia.
Faço comida e como.
Aos domingos bato o osso no prato pra chamar o cachorro
e atiro os restos.
Quando dói, grito ai,
quando é bom, fico bruta,
as sensibilidades sem governo.

Mas tenho meus prantos,
claridades atrás do meu estômago humilde
e fortíssima voz pra cânticos de festa.
Quando escrever o livro com o meu nome
e o nome que eu vou pôr nele, vou com ele a uma igreja,
a uma lápide, a um descampado,
para chorar, chorar e chorar,
requintada e esquisita como uma dama.

sexta-feira, 26 de maio de 2006

::: sem parar: Ain't No Mountain High Enough


Marvin Gaye


Listen Baby...

Ain't no mountain high
Ain't no valley low
Ain't no river wide enough baby

If you need me call me
no matter where you are
no matter how far (don't worry baby)
just call my name
I'll be there in a hurry
you don't have to worry

'Cause baby there
Ain't no mountain high enough
Ain't no valley low enough
Ain't no river wide enough
To keep me from getting to you babe

Remember the day
I set you free
I told you
you could always count on me darling
From that day on
I made a vow
I'll be there when you want me
some way somehow

'Cause baby there
Ain't no mountain high enough
Ain't no valley low enough
Ain't no river wide enough
To keep me from getting to you babe

Oh no darling (no wind, no rain)
All winter's cold can't stop me baby
(if you're ever in trouble
I'll be there on the double
just sing for me)
ooo baby

My love is alive
Way down in my heart
Although we are miles apart

If you ever need a helping hand
I'll be there on the double
just as fast as I can

terça-feira, 23 de maio de 2006

Boas Novas

SOBRAS REPLETAS (clica pra saber!)


É ou não é uma ótima notícia?
De alegrar o coração!!
Tem uma provinha chiquérrima, só o Chico Buarque só, aqui. :)

E pra continuar comemorando, tem Antonieta:

ANTONIETA NA GAFIEIRA (clica pra ouvir!)

Maurício Tapajós, Paulo Emílio e Aldir Blanc

Antonieta no boogie ou no tango,
no mambo-jambo ou chá-chá-chá.
É frevo, é choro, é no fox-trote,
no xote, baião, lundu, no maracatu
nas habaneras, boleros, no roquinrôu,
batuque, coco, hino, ê-baburiba, soul,
maxixe, polca, quadrilha, forró
- pra ela tanto faz a influência do jazz, rapaz...

Antonieta é do sambalelê,
das folias de Reis, de afoxés.
Antonieta é do boi de mamão,
da maruja, dos ticumbis e dos pastoris,
da capoeira, cambinda, bumba-meu-boi,
do fado, vira, fandango, do caboclim...

- Se javier com um quente,
ai meu Deus, não há cugat que aguente!
(também assim já é demais, Antonieta)


Ô ansiedade, modêussss...

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Bobagens irresistíveis

Leia as instruções da Dieta do Gordo e divirta-se:

REGRAS BÁSICAS:

1. Se você come e ninguém vê, a comida não tem calorias.
Sem provas não há crime.

2. Se você tomar um refrigerante diet junto com uma barra de chocolate, as calorias da barra de chocolate são canceladas pelo refrigerante.

3. Se você comer de olhos vendados, pode engordar o quanto quiser que nunca vai ter um enfarte: o que os olhos não vêem o coração não sente.

4. Ande só com gente gorda e procure engordar todo mundo a sua volta, você parecerá mais magro.

5. Comida de cinema, como pipoca, supra-sumo, jujuba e MMs, não é considerado como comida e vai pra categoria cultura.

6. Biscoito quebrado tem menos caloria, pode comer à vontade.

7. Quando você lambe uma colher de doce, as calorias não podem ser contadas, porque por justiça, elas pertencem ao prato e não à você.

8. Comida gelada, como sorvete, não pode ser considerada calórica, porque caloria é medida de calor e sorvete nunca é quente.

9. É um mito que verdura emagrece. Elefante é herbívoro.

10. Não fique chateado se você passar a vida gordo.
Você terá toda a eternidade pra ser só osso!

Então, frase do dia: NÃO FAÇA MAIS DIETA!!
Afinal, a baleia bebe só água, só come peixe, faz natação o dia inteiro, e é GORDA!!!

Você tem pneus??? Lógico, todo avião tem!!!

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!!!!!

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Poema do dia ::: Da série "Gato e Rato: pra você vir me visitar"


Eu minto...
Martha Medeiros
eu minto, confesso
me faço de boba, verdade
escondo a idade, me calo,
me sinto tão mal, um inferno
represento um papel, principal
sou mesmo uma atriz, infeliz
quem diz que eu não quero, eu consigo
viver por um triz, enlouqueço
te esqueço e te mato, te amo
atrás de um muro, qualquer
outro dia amanheço, de novo
e falo bobagens, pudera
não sou tão sensata, avisei
sem nada de mais, me despeço

Poesia Reunida, L&PM Editores, 1999 - Porto Alegre, Brasil

sábado, 6 de maio de 2006

Do outro lado da rua


Trilha: Melodia em lá menor – Tom Jobim e Astor Piazzolla (clica!)



Duas pequenas linhas se encontram com outras duas maiores e formam na calçada o desenho de um pássaro sem asas. Idéia besta, pássaro sem asa. Por que não ver borboleta, pavão, flor? Todo mundo sempre vê coisa bonita em rabisco e ela só via coisa engraçada. Pássaro sem asa devia ser galinha. Idéia besta. Mania de olhar pro chão, para as rachaduras do chão, para o craquelê do piso, reparar no desajuste harmonioso da rua de paralelepípedo e nos matinhos que crescem entre uma pedra e outra. Nuvem também. Adivinhar desenho de nuvem, ficar perdida no reflexo que a luz inclinada do outono deixa nas nuvens, brancas, cheias, cinzas, nuvens desenhadas, amarelas de sol. A desfolha das árvores cobre a calçada. E o pensamento, livre como só os devaneios permitem, passeia em pequenezas. No outono, os pensamentos amiúdam.

Uma rajada de vento, uma criança gritando, duas rajadas de tiro, a consciência retorna para o real, ainda não além da ponta dos sapatos, ensaiando retomar a caminhada. E ela o vê. Do outro lado da rua, um desconhecido vem andando na calçada.

Primeiro o ar adensa... e depois falta. Sente os braços pesados, os pulmões sumiram. O mundo pára, o tempo suspende e depois entra em slow motion. Ele vem na direção contrária, a passos firmes, com olhar preso num ponto à frente, como um objetivo. Alto, galhardo, de uma beleza estranha – que não é assim assombrosa, mas doída e pura como uma hegeliana certeza. Que a atingiu em cheio.

Ela, com dez anos, no pedalinho da Lagoa Rodrigo de Freitas, petrificada de medo de cair na água, mas com o olhar fixo no submerso cheio de peixinhos, sereias e tritões, convidando pra pular. Era ele.

Pisca os olhos uma vez, devagar, tentando respirar um pouquinho. Ele ainda caminha e consulta as horas no relógio de pulso. As mãos, de homem. O antebraço, de homem. O colarinho da camisa, o pescoço, a curva da mandíbula, o presumível perfume. A boca, igual, igual a daquele estranho que aparecia em seus sonhos: agachado ao lado da cama, passava as mãos nos cabelos dela e tocava suavemente a boca em sua testa dizendo “dorme, eu estou aqui; dorme, espera que eu estou chegando”.

Ela com treze anos na colônia de férias fingindo não achar um par de meias, matando o tempo, evitando ir até o refeitório com medo de ser rejeitada, excluída, pressagiando os maiores ridículos. Era ele.

Pisca mais uma vez e o coração se acelera com a falta de ar. Ele vira lentamente a cabeça e... olha pra ela! Não, na direção dela. Não, através dela. Não, não, apenas ao redor...

Ela na faculdade diante da folha de prova em branco, a folha, as respostas, branco, temendo o resto da sua vida em branco, cada resposta, cada décimo traçando à revelia o seu caminho imanentemente. Era ele...

Pisca agora lágrima. O desconhecido já vai de costas, o mesmo passo firme, constante, sua altivez, levando embora os sonhos, os delírios de menina, heróis de novela e vilões de contos de fada, Narizinho no Reino das Águas Claras, desvelo.

Súbito, ele estanca. Respira fundo com alguma resignação e olha pra trás. Observa a moça atônita na calçada oposta, intrigado. Move o olhar para as nuvens douradas, para o chão, de volta para a moça e, com certo afago, sorri um entendimento mágico. Ele então abaixa a cabeça, fita um ponto perdido no meio da rua e se desvira, seguindo adiante, com o mesmo passo firme, constante, decidido.

A moça ficou em suspenso ainda alguns minutos, entre atônita e perplexa, tentando entender o que havia acabado de acontecer. Quando finalmente conseguiu reconduzir-se, reparou que na calçada as linhas rachadas formavam a silhueta de uma mulher nua.

Tantos momentos preparatórios desses pouco mais de trinta segundos, e ela ainda assim não estava pronta pra vê-lo, perdê-lo e ter que seguir com a certeza de não tê-lo jamais. E, ainda assim, nada seria o mesmo novamente.

Comentários

Perdi todos. Adeus.
Antigamente (?!) o Blogger tinha um sistema de comentários terrível. Aí eu coloquei outro. Mas descobri que nesse novo eles venciam, e depois de um tempo, sumiam!
De malcriação, voltei pro sistema original. Vou tentar recuperá-los depois e colar de volta... Ou não.

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Caríssimo Szegeri

Perdoe a carta aberta, mas é um pouco por isso que essa pequena página tem esse nome, Cartas de Hades, e é nesse reino que estou agora, sofrendo de quilômetros.

Me disse a Vera Mello há uns dias: “amizade não tem limite, mas as pessoas têm”. A Vera é uma dessas pessoas que dizem verdades contundentes, estranhas, corretíssimas e, vez por outra, justo as que a gente não quer ouvir. Eu chego mesmo a me perguntar se ela existe, ou se eu inventei uma assim pra mim de medo de alucinar...

E eu preciso acalmar meu pequeno e arredio coração. Sempre fui pessoa parametrada. Tenho compulsões atávicas, medos incapacitantes e pensamentos moldados como embalagens de café à vácuo. Agora mesmo, enquanto escrevo, ouço, com uma vontade estranha e quase incontrolável de chorar, a Marisa Monte cantar “Vilarejo”. Parece que eu engoli um redemoinho, um bicho ensandecido da tasmânia, acho que comi um gremilin. Nem adianta falar da letra, eu tão palavra as ignoro solenemente, é a melodia, é a melodia, é a melodia... panãnãnãnãnã...

Onde eu estava? Ah, sim. A Vera falou. Disfarcei, acho mesmo que mal, meu desconforto com raciocínio tão simples. Tinha eu acabado de fazer um discurso sobre “se fosse meu amigo não faria isso”, blábláblá. E ela saiu-se com essa.

Entrei num diabo do tal parafuso de quilômetros. Os quilômetros me esgarçam como rosa dos ventos, puxando pra todos os lados e eu, péssima porém deslumbrada aluna de física, fico atrapalhadíssima no mesmo lugar. Meu irmão tem feito muita falta esses dias.

Como o texto do Braga que você publicou, estou agora revirando os bolsos da mente atrás de níqueis pra ir, não de avião, e sim montada num narval, atrás das minhas desimportâncias.

Beijo com saudades.

domingo, 19 de março de 2006

***

And since you know you cannot see yourself,
so well as by reflection, I, your glass,
will modestly discover to yourself,
that of yourself which you yet know not of.

William Shakespeare

sexta-feira, 10 de março de 2006

Procura-se

Coisas que só acontecem comigo: ganhei de presente e quem me deu pediu de volta!! :)
Eu sei, eu sei, tá esgotado...

Ficção Completa de Guimarães Rosa
Nova Aguilar.

quarta-feira, 8 de março de 2006

Cause and effect


Charles Bukowski

the best often die by their own hand

just to get away,

and those left behind

can never quite understand

why anybody

would ever want to

get away

from

them

terça-feira, 7 de março de 2006

Enteléquia ou Juris et de jure

...eu juro que eu não queria que fosse assim, sempre foi tão importante na minha vida, me faz uma falta absurda, mas e quando sou eu que canso, quando sou eu que não agüento mais, quando sou eu que desmorono, quando a voz não alcança nem pedir socorro, quem vem com riso doce me abraçar, quem me faz rir de piada besta, quem me conta causo esdrúxulo, quem me põe pra passear em carrossel de canudinho, com guarda-chuva e tudo, quem me cobre de promessa, quem me abandona sozinha no exercício do fim-do-mundo, quem me só tem pena, eu sei, eu sei que essa é que sempre foi a verdade, o tal atual presente com sabor antigo tão distante agora é que era fantasioso, imagina, interessado no que eu dizia, sendo amigo de uma pessoinha tão pequena, desinteressante, incompetente, dismórfica, tou pra ver projeto mais mal-feito e errado do que eu, e sempre foi lindo, até quando ainda não era lindo era, sempre teve sorriso de abraço e olho de vaga-lume, lume, lume, vago na memória, se meu irmão tivesse aqui me respondia, que ele era elegante, e ia saber contar direitinho tudo da frente pra trás, capaz até de ouvir dele o que não conseguiria ouvir de ninguém, e pior que eu errei foi tudo, quando achei demais me disse foi de menos, quando achei de menos me acusou de desmedida, quando fiquei quieta fui estranha e quando estrilei era tarde, e, faz favor, o título, poupe a ladainha.

Estás, meu amigo, coberto de razão, isto é um fato, porque ao contrário do teu coração enorme, que ainda consegues fazer crescer mais e mais a cada dia, ao contrário do teu, o meu desaprendeu de todo.

Eu nunca esqueço nada.




sábado, 7 de janeiro de 2006

ARTROSCOPIA

Aldir Blanc

Para Bel e Mariana, dupla de área

Ninguém faz mais arte
do que as articulações.
As minhas, por exemplo:
bastante arte, muitos cus,
poucas ações.
Espia só o joelho:
o espantalho do corpo,
o homem-lata de Oz,
o joelho é retrógrado
e atroz.
Diz que é pra frente.
Mente.
Joelho é reacionário,
dá pra trás,
encrenca,
trava.
Irado,
sempre com pressa
(da Alice, o Coelho?)
ou parado.
Art(r)ista do destrambelho,
não é joelho:
é pentelho!