domingo, 27 de fevereiro de 2005

Tem Tio Sukita no samba

[este texto, sensível, bem-humorado e inteligente, só está podendo ser aqui apreciado graças à iniciativa de Roberto Moura, amigo querido, visionário e agitador 24 horas por dia, que está nos mostrando a importância de ações conjuntas, simples como essa e valiosa como poucas. Palmas para o talento das moças! Esperamos trocar muita figurinha ainda.]

Fernanda Canavêz e Paloma Moura


”Foram me chamar, eu estou aqui, o quê que há? Eu vim de lá, eu vim de lá pequenininho...". O convite foi feito: domingo vai rolar a nossa roda no Posto 9 - diz nosso famoso Tio Sukita, da Escravos da Mauá. Fala como que ao pé do ouvido, para que ninguém descubra tal pérola: a mais disputada roda de samba carioca nos últimos anos clama por discrição. O Largo da Prainha ficou pequeno para a mocidade que aprende a admirar os grandes bambas do samba. Entretanto, como "o samba agoniza, mas não morre", a concorridíssima velha guarda aposta no reduto jovem, o Posto 9, para perpetuar a roda da escravidão.
Saímos de lá pequenininhas, "o que é que há", para ouvir famosos hinos fundamentais em uma roda de muito estilo. Samba de qualidade, fim-de-tarde em Ipanema, encontro com as amigas... O que mais poderíamos querer? Momentos tão simples e agradáveis já começam a deixar saudade. Será que vai ser para sempre? Será que nossa amizade vai acabar? - já questionava uma de nós outro dia. Talvez não, nem tudo "caminha no mesmo lugar, sem pressa, sem medo de errar". O encontro de gerações já nos leva a pensar no futuro. Como seremos?
Uma senhorinha serelepe começa a dar o ar de sua graça entre seus companheiros de meia idade. Um vestidinho divertido, corpinho de Barbie e suquinho Gummie na carcaça!!! Afinal de contas, ninguém consegue dar pulinhos de alegria na areia por tanto tempo. De repente, vê nosso Tio Sukita e dispara em sua direção para uma saudação calorosa. Nem reparou que, em sua jornada, foi jogando areia em quem escutava calmamente a cantoria. Volta ao seu palco particular e continua sambando: alegre e sozinha, como se nada mais fosse necessário para deixá-la satisfeita.
Nossa "menininha" era observada atentamente por uma coroa alta (é, comprida mesmo), que carregava uma garrafa de água. É, água mesmo, daquelas que os passarinhos bebem. Seus cabelos lembravam Maria Bethânia, claro que não eram só os cabelos, afinal sua postura e olhar melancólicos se destacavam no meio das alegres senhoras que cantavam os sambas e se emocionavam, como que seduzidas pelos seus próprios retratos.
Estavam ali, na areia fria, identificadas com os causos mais
inusitados, relatados pelos sambas mais, talvez, ginasianos, sugerindo a todos uma eterna pergunta: o que resta de nós senão estes versos? Poderia eu, ter escrito isto? Fala de mim ou fala de todos?
A pergunta adormece por alguns instantes, quando mais um copo de cerveja é entornado. De repente, um grito emocionado anuncia: "Acreditar, eu não. Recomeçar, jamais!". Nele, se misturam todos, no intenso canto de identificação do amor acabado. Os serenos ouvintes se levantam e se juntam aos mais empolgados para cantar, todos, o seu hino. Olha-se para um lado e lá está ela, enrolada numa canga preta, sorridente, cumprimentando um bebê de colo. Era ela, o retrato do nosso futuro, com um olhar tranqüilo, meio despretencioso da vida. Veja bem, não era triste e sim descompromissado. Seu dançar e seu caminhar eram leves e sua simpatia, há que ser confessado, muito nos invejou.
Ainda admiradas pela dama de negro, fomos surpreendidas por uma cena no mínimo dantesca: uma senhora um tanto quanto curiosa brinca alegremente com sua dentadura. Travando uma luta na qual a única perdedora poderia ser sua imagem perante os colegas de roda, a moça futuca para lá e para cá, na tentativa de minimizar sua ansiedade. Ansiosa por quê? Talvez por ter perdido o brilho de
sua juventude, por não saber entoar os cânticos universais que eram tocados?
Certamente, a criatura "resolveu ficar, é que os momentos felizes tinham deixado raízes em seu penar". Não entendeu direito o "enredo desse samba amor", quando negligenciou a advertência de Dona Ivone Lara. É isso aí, amigas, "a vida foi em frente e você simplesmente não viu o que ficou pra trás!" Como seremos? Não sei, há que se atentar para a simpatia que, diga-se de passagem, é quase amor. Envoltas numa canga preta, ouçamos mais Dona Ivone. A princípio nos restam muitos carnavais e tomara que, dentro de alguns anos, não nos reste como única diversão o embate com nossas dentaduras!!!!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

*** Posted by Hello

CLARICE ANTES E DEPOIS DO NAUFRÁGIO

ANTES:

"PRECISA-SE"
Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar.
P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilarecerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.

DEPOIS:

"TEMPESTADE DE ALMAS" (trecho)
Ah, se eu sei, não nascia, ah, se eu sei, não nascia. A loucura é vizinha da mais cruel sensatez. Engulo a loucura porque ela me alucina calmamente. O anel que tu me deste era de vidro e se quebrou e o amor não acabou, mas em lugar de, o ódio dos que amam. A cadeira me é um objeto. Inútil enquanto a olho. Diga-me por favor que horas são para eu saber que estou vivendo nesta hora. A criatividade é desencadeada por um germe e eu não tenho hoje esse germe mas tenho incipiente a loucura que em si mesma é criação válida. Nada mais tenho a ver com a validez das coisas. Estou liberta ou perdida. Vou-lhes contar um segredo: a vida é mortal. Nós mantemos esse segredo em mutismo cada um diante de si mesmo porque convém, senão seria tornar cada instante mortal. O objeto cadeira sempre me interessou. Olho esta que é antiga, comprada num antiquário, e estilo império; não se poderia imaginar maior simplicidade de linhas, contrastando com o assento de feltro vermelho. Amo os objetos à medida que eles não me amam. Mas se não compreendo o que escrevo a culpa não é minha. Tenho que falar pois falar salva. Mas não tenho uma só palavra a dizer. As palavras já ditas me amordaçaram a boca. O que é que uma pessoa diz à outra? Fora "como vai?" Se desse a loucura da franqueza, que diriam as pessoas às outras? E o pior é o que se diria uma pessoa a si mesma, mas seria a salvação, embora a franqueza seja determinada no nível consciente e o terror da franqueza vem da parte que tem no vastíssimo inconsciente que me liga ao mundo e à criador inconsciência do mundo. Hoje é dia de muita estrela no céu, pelo menos assim promete esta tarde triste que uma palavra humana salvaria.
(...)
Textos de Clarice Lispector.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

::: Aldir Cronista: PEDACINHOS COLORIDOS DE SAUDADE

De Aldir Blanc - publicada em agosto de 1996.

Sempre quis armar uma dessas coletâneas de frases loucas, colhidas meio ao acaso, como faziam, de vez em quando, meus mestres em Humor (estou chamando os coitados de meus mestres mas convém esclarecer que eles não têm culpa alguma no cartório). Estando à beira (quase escrevi à beira do abismo...) de fazer cinqüenta anos, me permiti colher este cacho de sandices e ofertá-lo a meus fiéis leitores - com a complascência do meu editor, é claro, que eu não sou tão maluco assim. Lá vai:

. Prozac - Era uma senhora deprimida, mas sofisticadíssima. Toda vez que tentava o suicídio, ateava fogo às vestes da governanta.
. Infância - Dia virá em que as histórias infantis começarão com "No tempo em que os bichos viravam Ministros das Relações Exteriores..."
. Conversa de pescador - "Me lembro como se fosse hoje" é sempre um excelente começo pra contar mentira.
. Efemérides - Se existe a Semana da Asa, temos obrigação de comemorar também o Mês da Moela.
. Plataforma para os Verdes - Com essa poluição, o Brasil vai acabar tendo área verde só no sobrenome do ex-ministro da Aeronáutica, Délio Jardim de Matos.
. Galinhagem - Galo sabe que pinto verde é obra do papagaio.
. Muito Axé - Desconfie do caboclo Pena Branca que pedir "umas lingüicinhas" com o copo de marafo.
. Manchete explosiva - O Arsenal vai pelos ares! Essa é a manchete de um jornal português sobre a viagem do aguerrido time britânico, de avião, para jogo amistoso em Lisboa.
. Bicões - Ser Deus até que é fácil. Chato é aturar as outras duas pessoas da Santíssima Trindade espiando o que a gente está escrevendo por cima do ombro.
. Vice-versa - Li no jornal que um ovo atingiu o candidato Medina em pleno rosto. Podia ser pior, tipo um rosto atinge Medina em pleno ovo.
. Lotação esgotada - Condução cheia é sempre a mesma bosta. No dia do Dilúvio, Noé também pediu aos bichos pra "dar um passinho à frente que o meio do carro tá vazio..."
. Praga - "Bem-feito" a gente diz quando a avó dá uma tremenda moto pro neto e o garotão envenena as duas.
. Repasto - Autocomiseração é ir jantar fora com a patroa no aniversário de casamento.
. Silicone - Creusa tinha uns seios de mandar anão pro Pronto-Baby.
. Bode - O Espírito santo é uma espécie de papagaio com o humor do Dom Eugênio Salles.
. Etiqueta - Em feijoada completa, quando for pedir rabinho à mulher do próximo, é favor usar a expressão "partes pudendas".
. Modernidade - O Come-Quieto é uma figura do passado. Chegou a vez do Senta-Fazendo-Escândalo.
. Day after - Em salão forrado com tabacow, Baixinho só aparece depois da festa, dentro do aspirador de pó.
. Colunável - O marido de Lucinha se esforçou para introduzí-la no meio de nossa melhor sociedade e o resultado é que quase toda nossa sociedade acabou introduzindo seu esforço no melhor meio de Lucinha.
. Ecológica - Otimista é o sujeito que teve diarréia dentro da piscina, achou graça e gritou pra família: "- Vem gente! Pode cair que tá igualzinho a Paquetá".
.Zoo-Ilógica I - Essa mulher é mais confusa que centopéia de perna cruzada.
. Zoo-Ilógica II - Se papo bastasse, baiacu se dava bem com cocoroca.
. Jogo de Cintura - Manco nunca perde o rebolado.
. Investimento - Pra quem tá procurando ganhar uma grana, excelente pistolão é uma 45 privativa das Forças Armadas.
. Momesca - Sair do Monte Líbano pra currar odalisca no Jardim de Alá já não é carnaval, é falta de respeito.
. Encruzilhada - Os militares querem sempre dobrar à direita. Já os boêmios não conseguem encontrar a segunda à esquerda.
. Via Láctea - Como disse o meu psicanalista: seio bom é o que tem leite B.
. Aparência - Nome bonito não ajuda tanto assim. Emissário Submarino é lindo e tá cheio de cocô.
. SS - Na inauguração do novo distrito policial, coube ao Secretário de Segurança dar o pontapé inicial.

::: sem parar: MINHA RAINHA

[ pro Moutinho pro Rodrigo, pro meu inusitado amigo Catador, e pro Príncipe que a esta altura já está em Angra feliz da vida - boa sorte, sweet!-, com a geladeira cheia de latinhas e o pé ainda cheio de cacos de vidro :) Ui! ]

Canta: Noite Ilustrada
Autores: Rita Ribeiro / Lourenço

Um dia
você vai pensar direito
e vai procurar um jeito
para me pedir perdão.
É bem melhor você
pensar agora,
antes de chegar a hora
da nossa separação.
Eu já derramei
um rio de lágrimas,
muitas vezes chorei minhas mágoas,
só porque eu lhe amo demais!
Olha, amor,
Dediquei a você minha vida inteirinha,
do meu sonho de amor
fiz você a rainha
e você vem falando em separação!
(ah, meu amor!)
Olha amor,
antes que seja tarde o arrependimento,
eu não quero ouvir mil desculpas, lamento,
porque tudo que eu fiz
foi pra lhe ver feliz!

domingo, 20 de fevereiro de 2005

Which Sandman Character are You?

Desire of the Endless
You are Desire! You enjoy manipulating people and
having people love you. You can be cruel and
impetuous.


Which Sandman Character are You?
brought to you by Quizilla

::: sem parar: Falando sério (1977)

[ai, gente, o Rei é tuuudo!]
Maurício Duboc - Carlos Colla

Falando sério
É bem melhor você parar com essas coisas
De olhar pra mim com olhos de promessas
Depois sorrir como quem nada quer

Você não sabe
Mas é que eu tenho cicatrizes que a vida fez
E tenho medo de fazer planos
De tentar e sofrer outra vez

Falando sério
Eu não queria ter você por um programa
E apenas ser mais um na sua cama
Por uma noite apenas e nada mais

Falando sério
Entre nós dois tinha que haver mais sentimento
Não quero seu amor por um momento
E ter a vida inteira pra me arrepender

Falando sério
Eu não queria ter você por um programa
E apenas ser mais um na sua cama
Por uma noite apenas e nada mais

Falando sério
Entre nós dois tinha que haver mais sentimento
Não quero seu amor por um momento
E ter a vida inteira pra me arrepender

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

Instantâneo do estado de espírito. **SUSPIRO** Posted by Hello

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

VALENTINE'S DAY

Trilha: Versões em “Meet Joe Black” – Love Theme & Somewhere over the rainbow, nessa ordem…

Hoje, 14 de fevereiro, milhões de pessoas na França, Canadá, México, Inglaterra e Estados Unidos estão comemorando o dia de São Valentim. Não sou a favor da importação de comemorações estrangeiras, acho até que o 31 de outubro devia ser o Dia do Saci, mas essa festa de hoje tem seu charme. Não é um dia dos namorados apenas, como alguns traduzem. É o dia das pessoas que se gostam. O dia da celebração do amor em todas as suas formas. Você pode receber cartões e presentes de colegas, primos, pretendentes, casos, até mesmo de desconhecidos. Pra isso você só precisa ser gostado por alguém.
Essa liberdade tira o peso do nosso 12 de junho, admitido apenas para casais no estrito senso. Tente mandar um cartão nesse dia pra alguém que não tenha compromisso com você. “Ai, meu Deus, só tem mulher maluca...” seria a mais delicada das reações. O Valentine’s Day não. Você pode mandar presente pra amigo, pra irmão, pras tuas negas e até pra sua avó.
Então eu aproveito pra deixar aqui um beijo estalado e um abraço apertado pra essas pessoas que moram no meu coração, para as que eu bem gostaria que estivessem aqui, junto comigo. Pra algumas que eu não vejo há séculos, mas não esqueço nunca. Pra outras que eu espero que saibam como são importantes. Aos amigos novos e antigos, aos ressurgidos, aos que permanecem mesmo sem eu merecer, aos resgatados, aos que brigaram, aos que fizeram as pazes, aos espaçosos, aos barulhentos, aos insistentes, aos reticentes, aos que me enlouquecem, aos próximos e aos distantes, aos ainda não concretizados, e principalmente pra voz no recado que eu gravei na secretária estranha e desde sábado escuto todo dia [várias vezes, dezequarentaequatro, com uma saudade enorme que tá difícil de segurar. “Pra que pedir perdão se eu não me perdôo”? Se eu tivesse escolha... Você é a minha grande celebração. E vai continuar sendo por muito tempo ainda, mesmo com um - futuramente literal, espero - oceano de distância].

Pra todos vocês, meus amores, HAPPY VALENTINE’S DAY!!

Posted by Hello


Milena, Cabel, Jongo, Vô Ceceu, Papai, Dodô, Pedro, Joana, Vi, Tati, Pati e Flávio, Vô Zezeco e Júnior, Xande e Felipe, Vó Lola, Afranio e Glória, Bella e Vander, Tuca e Glória e Felipe, Dona Arlete, Anginha, Maíra, Lucas, Júlia, Leonardo, Tia Elza, Marcelo e Rita, Tia Marly, André, Arnaldinho, Tia Alzira, Bianca e Sogrinho, Ricardo e Mônica, Deusda, Jota, Soninha, Gina e Gil, Wal e Geraldo, Tio Dininho, Rose, Gisela, Marcelo e Gabriel, Patrícia e Ricardo, Aleusis, Tarcísio e Bubu e Vicente, Tadzio, Ian, Iuri, Vó Emília, Cris, Lindolpho, Ceiça, Betinho, Alvito e Heitor, Maurício, Marcelo, Janis, Luis Paulo, Andréa Flor, Bruno, Roberta Flor, Marilena, Arnaldo, Tomas, Beth e João, Giselle, Guaíra, July, Bião, Pepê, Ricardo, Vítor, Tomps, Bruna, Beth, Drica, Purpurina e Marcelinho, Isaac e Maria e Cris, Edu e Bábalas, Comandante e Dona Sá, Magali e Ricardo e Maria Helena e Ana Clara, Marcela e Sônia e André, Fefê e Brinco, Guerreira, Zé e Léo, Dedeco, Marquinho e Gabi, Mauro, Duda, Vidal e Gláucia, Lelê, Dalton, Zé Colméia, Vinagre, Alê, Talita, DD, Rafa, Betinha, Caíto, Mut, Foca, Cachorro e Cris, Pê, Miguel, Tio Dan, Wagner, Fofinho, Braga, Felipe DJ, Sol, Pedrinho, Aninha, Babu, Erasmo, Léo, Tio Toninho, Bruno, Maurício, Gaúcho, Zé, Hilton, Moutinho, Flávio, Alfredinho, Genu, João, Luísa, Rosana, Rodrigo e Fred, Ana Amélia, Luis, Ciro, Szegeri, Toledo e Áurea, Helion, Zeh Gustavo, Zuliana, Helvis, Sukman, Marceu, Luis Fernando, Zander, Karla, Paloma, Isabela, Roberta e Serginho, Ana Paula, Aline, Gabi e Dé e Biba, Márcio, Marco André, Daniel, Luiz e Mari, Cadu, Dúzias, Daniella, Flávia, Gule, Crica, George, Charles, Simone, Rafael, Pul, Batata, Flavinho, Juliano, Nolla, Marvin, Buinha, Simone, Andreia, Diana, Renata, Franja, Rosana, Tati, Marcele, Mariana, Isabela, Sol, Jará, Thaís, Gisele, Ana Paula, Monique, Lau, Russo, Lis, Clower, Bruno, Alice, Sueli, Julio, Carola, Daniel, Lúcio, Marcelo e Giselle e Erick, Maurício, Galhos, Gonça, Isnarzinho e Isnarzão, Dona Maria e Adelaide, Sebastião, Fabinho, Lucia Helena e Silvinho, Moacyr e Ize, Eloá e Reinaldo, Vó Maria, Reinaldinho, João e Ângela, Chico, Julia, Font, Zé Luiz, Dorinna, Tio Mello, Marquinho, Tupiara e Katia, Basili, Touro e Gilda, Cristina e Roberto, Edu e Marcinha, Walter e Bianca, Zamith, Paulo e Kátia, Lélio, Baiano e Ana, Helena, Adalúcia, Julinho e Mari, Tio Cuca, Pimenta e Hortência, Lula e Celita, Yara, Lúcia, Beth, Jayminho e Mari, Seu Motauri, Coronel, Mário, Seu Antônio, Filó, Sadams, Jorge Henrique, Beni, Joilvo, Maria Carmem, Maï, Lílian, Felipe e Dona Beth, Cris, Vasco e Alê, Júlio, Guilherme, Gabriel, Nicole, Tereza, Vivi e Paulo, Alexandre Otávio e Angélica e Helena, Zé Roberto, Liz, André e Gabriela, Rachel e Léo, Quik, Bispo, e pro Paulo Emílio, Marco Aurélio, Vó Helena, Tio Antonio e Tio João sempre.
Ah! Já ia me esquecendo! E pro Pierce Brosnan, claro. Sorry, honey baby, you know I love you... ;)

sábado, 12 de fevereiro de 2005

Canção do Escafandrista

... Posted by Hello


[canta, Fátima, canta...]
Sussurrante é teu amor
um escafandrista tateando em mim
dramas a perder de vista.
O dom de acariciar,
profundamente feito o mar,
remexendo o que naufragou
lentamente na solidão
Falsa paz submarina
jaz entre os corais,
num barco submerso
o que eu não confesso...
Iça do abismo ardor, orgulho.
Novos tanques de mergulho
pra poder assim me resgatar
do frio verde.
Por paixão eu volto à tona
e, Atlântida entre as ondas,
solene, linda sai do mar.


Restos de um Naufrágio (Moacyr Luz / Aldir Blanc)



Cheguei a boca perto do teu ouvido enquanto você dormia pra falar baixinho, pra contar baixinho, pra confessar em quase silêncio que estou indo embora outra vez. Novidade nenhuma, meu pavio é do tamanho do meu tempo. Vontade eu tinha de simplesmente sair-me, sem coisa nenhuma pra confessar. Porém não consegui sumir sem explicação. Não que você precise entender, sou eu só, uma ventania.

Sussurrei, sentindo o cheiro bom da curva da tua nuca até o ombro - o porto draculeano das marcas tórridas deixadas pelo meu assombro -, que eu me apaixonei. Sssshhhh! Não acorda, não...

Pedi desculpas, foi fora do combinado. Quem puder controlar essas coisas que atire a primeira poesia do Vinícius... À minha revelia, meu coração me foi arrancado do peito e devolvido depois de quinze dias já encapelado, dilacerado, batendo incerto, desistente, ansiando um golpe de misericórdia pra morrer de uma vez e urgentemente.

Não quis fazer alarde. Preferi sair de fininho, eu falo demais. Minha única defesa é esta: eu não queria. Não tenho fé na humanidade, não creio no juízo alheio, desdenho dos méritos das paixões. Corro, mais que maratonista, feito diabo da cruz, de sorrisos como aqueles, de abraços como aqueles, mas não tive tempo de impedi-lo.

Manso e vagaroso como um mormaço, um escafandrista roubou a minha paz. Na teoria, ele liberta navios enredados, cuida pra que possam atracar em segurança e no entanto, ao invés de livre, me vi seqüestrada. Lá embaixo, não consegui respirar, faltou fôlego e eu me afoguei. Gritei por Santa Bárbara, me salva dessa tempestade, aquieta a fúria dessas ondas, afasta os solavancos desses ventos, Santa Bárbara, ilumina a escuridão! A santa nada pode fazer, o mar estava amainado. A tempestade era do lado de dentro. No fundo remexido do meu oceano, areia, cascalho, restos de estrelas e de sonhos, turvaram a minha visão, mas meus velhos olhos há muito não me enganam: a chuva não vai parar. Parada fiquei eu, sôfrega, a sotavento do futuro.

Meus naufrágios já esquecidos, meu arrojos já na praia e o escafandrista veio recolhendo tudo. No meio da voragem, percebi que ficaria presa na contracosta, suspensa em ceifa inútil. Eu não queria. Nem os desvarios, nem as confissões, nem os arroubos no meio da rua com abraços de comercial de Molico, nem tanta juventude, nem tanto frescor e brilho, meus dias já correm pra trás e...

Foi o teu olhar. E as tuas mãos, já sábias demais pra um escafandrista tão tolo. Pronto, confessei. Paciência. Sssshhhh! Pronto, pronto, dorme...

Talvez eu não sirva mesmo. Arribadeiros e bucaneiros rimam, mas não combinam. Saiba apenas que cada tremulina, cada espraiar de espuma há de te lembrar: uma embarcação precisa cumprir seu destino de seguir por todos os mares. E não apenas rodear em verão e lua prata num remanso de águas cristalinas.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

ANIVERSÁRIO

Povo amado, amanhã é meu aniversário. E eu ainda não consegui saber o que vai ser do dia. Só sei que meia-noite de terça pra quarta estarei na Marquês de Sapucaí, porque a Lins Imperial vai desfilar com o enredo "O Bêbado e a Equilibrista". Onde vai ser o esquenta não está fechado ainda. Mas hoje o programa da virada é certo: Rancho Flor do Sereno, em Copacabana, rua Almirante Gonçalves. E aí, meia-noite, já sabem: tem parabéns. Quem puder aparecer, vai ser muito bem vindo. Um beijo enorme pra todos.