sexta-feira, 21 de maio de 2010

Canto de acordar

Quantos barcos atracaram
E eu?
Eu não era cais. Era mar.
Quantas galés afundaram
E eu?
Eu não era mar. Era o Vento.
Quantas jangadas lançadas
E eu?
Eu não era espaço. Era o Tempo.
Quanta ampulheta virada
E eu?
Eu não era areia. Era medo.
Tantas pegadas marcadas,
Tanta mancha roxa,
Tanta porrada,
E eu não era o rosto. Era o tapa.
A vida deixando as marcas na memória
E eu?
Eu sou história.

Um comentário:

Sylvia Araujo disse...

Ah, danada! Dancei aqui. Lálálá!

Bonito de doer.

Lindeeeeeza