sábado, 8 de janeiro de 2005

BIÃO, O ANFITRIÃO

Na casa de Bião, o anfitrião,
o que se procura
nunca se acha.
Cuidado se quebrar copo
talvez não haja pano de chão.
A porta da geladeira
às vezes fecha,
às vezes não.
Cerveja em ponto de bala?
Eu não contava com isso, não.

Na casa de Bião, o anfitrião,
o que se procura
às vezes aparece.
Sem alento de amigo nenhum,
vá se chegando,
sempre cabe mais um.
Há muita alegria e música,
cheiro da casa da vó da gente
que não se esquece,
jeito de cafuné com pipoca e preguiça...
Mas também não esqueça
que o botão da descarga
tem dias que enguiça.

Na casa de Bião, o anfitrião,
o que se procura
sempre se encontra,
se não for atrás de confusão,
mas de linha de passe bem jogada,
de boemia sem encenação.
Ou até se você for parecida
com a moça tonta,
tremenda malcriada,
que gosta mesmo
é de levar palmada
(palmada bem dada
pra quem não quer nada).

Na casa de Bião, o anfitrião,
o único senão:
você pode encontrar
o que não estava procurando.
Aviso
aos desavisados,
aos zelosos demais,
aos céticos demais,
aos descrentes demais,
aos sérios demais,
aos covardes demais
e a todos os outros infelizes,
que achar sem procurar
pode ser até prazeroso.
Ou muito mais perigoso
do que nunca encontrar...

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