terça-feira, 22 de junho de 2010

Through drowning

Detrás da janela do terceiro andar
marchavam os lírios
em hipnose
pelos campos cegos do delírio
cruzavam arais de sombra
avançavam
em carne viva de sal.

Pelo corredor
sussurravam as teias de aranha
monocórdias e fatais
como a vinda
de outra noite,
dolorosas como hibernar,
náufragas do tempo.

Lágrimas de gafanhoto
e visco do silêncio
das cigarras
desgrudam-se
das paredes
e ouvem-se
raízes claustrofóbicas
condenadas
pelas sementes
a não ser galho
jamais.

De um
lado
de outro
canto
de dentro
luz.

Foi quando,
num gesto simples,
ele fechou as cortinas.

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