(da arte de ser ida)
Transitória e de passagem,
ela observa
estática
a paisagem
em movimento.
Mesmo parada,
o dia continua indo,
a noite continua vindo,
e não há maré que
nessa hora
se interrompa porque
o tempo da moça
não é pra agora.
Há que mover e partir,
sem adeus formal
cristalizado –
que nem é mais
necessário.
Achado o adeus implícito
da descrença e
do descaminho,
está forjada,
e temperada,
a partida
mais exuberante,
pelos sonhos indomados
e tão falantes
(reais depósitos
de desatinos,
que esfacelam até
a mudez determinada
dos silêncios cabotinos
e transformam propósito
em talante).
É na despedida calada
que o tempo, caprichoso,
expõe a face veraz e petrificada
das decisões equivocadas.
É no vazio da inanidade
que nos são roubadas,
por outros mais vorazes,
as razões e as mulheres mais amadas.
4 comentários:
CLAP!
Amado, vindo de sua própria pessoa de você mesmo, é caso de ir pra casa e abrir umas três ampolas, de puro contentamento. =]
Adorei, Zander! É isso mesmo. Ela é tudo de bom, de mais inteligente, genial, sensível e deslumbrante!
Seu texto, minha linda, é rico em detalhes e em sutilezas.
Te amo!
Gosto muito de tudo que vc escreve, desse jeito de nos transportar cinematograficamente e de ir fundo na sensibilidade sem medo ou pudor.
Amo muito vc!
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