Não é sem receio que escrevo.
Não é espontâneo, nem caso pensado.
É mais espanto, susto congelado,
que obriga a fazer o que não devo.
Cada dia que passa, cada hora moldada
transformou-se em hora perdida, escoada,
como bolas de prata flutuando no vazio,
vento quente barrado pelo frio.
A aflição desdobrou-se noutra dimensão
quando sentei os pensamentos na calçada:
perto do tempo infinito do lado de dentro,
o que voa por fora não serve pra nada.
2 comentários:
A criação de um poeta como vc se impõe por si só e nada há a fazer a não ser deixar escoar...
E a nós, seus leitores, nos cabe ir junto na emoção. Te amo muito.
Suspende, Julio, suspende... E olha lá a chave, hein?
Postar um comentário