Como uma viagem no seio do tempo,
No ventre do espaço,
Como um furacão na poeira,
Um tsunami na praia,
Uma miragem no deserto.
Como a bala de prata
Do filme de caubói.
Como o lenço branco
Do pedido de paz.
Como o medo surdo
Do clandestino,
Como a dúvida –
Sempre atroz.
Como um passo, um laço, um navio.
Puro e sujo como água,
Verde e morto como África,
Você é continente...
O futuro que eu não viverei,
Meu único presente.
Por você, esgarço flancos,
Mordo em fúria imanente.
Por você, eu perco lastro,
Indolente.
Por você, lamentarei.
Eternamente.
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